segunda-feira, 29 de abril de 2013

Centenário de João Gomes de Lira

Confira a Programação



Dia: 13 de julho de 2013 em Nazaré do Pico - Floresta /PE

14:00 - Mesa Redonda ( Clube Recreativo)
            Tema: Nazaré do Pico: Historiando as Raízes do Cangaço

           Palestrantes - Paulo Moura - Recife/PE
                                Antônio Vilela Souza - Garanhuns/PE
                                João de Sousa Lima - Paulo Afonso/BA
 

Lançamento da 3ª edição do livro "Lampíão - Memórias de um Soldado de Volante", de autoria do Ten. João Gomes de Lira

 16:30 - Merenda

 17:00 - Inauguração do Busto / Apresentação de grupos culturais

 19:00 - Missa (Capela Nª Sra. da Saúde)

 22:00 - Festa na praça

Um agradecimento especial à Prefeitura Municipal de Floresta pelo apoio ao evento.



Att.
Lemuel Rodrigues
Presidente

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Novo livro na praça

Assim viveu e morreu Lampião Rei do Cangaço

O poeta cearense Geraldo Amancio, nos oferece, através  deste livro, uma obra poética de primeira. Com 181 estrofes de sete linhas.


Ao prefaciar este trabalho, o advogado Paulo Quezado, afirma: “Assim viveu e morreu Lampião Rei do Cangaço, é, portanto,  muito maios do que um simples texto cordelista produzido com autenticidade e bom gosto. É, sim, uma verdadeira imersão cultural nos preceitos e valores poéticos, geográficos e sociológicos do povo nordestino. Remetendo o leitor, através  da história de Lampião, aos primórdios da identidade do ‘caboclo do sertão’: sua arte, seu meio e seus ícones”

O renomado cordelista cearense, Rouxinol do Rinaré, na apresentação deste trabalho, assim se expressou:

“Que texto genial. Li de uma ponta à outra, sentindo o encanto das rimas perfeitas e a beleza da composição das estrofes...”

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Interessa? O livro tem 70 páginas. Preço R$ 25,00 (Vinte e cinco reais) com frete incluso, para todo o Brasil. Onde comprar? Com o revendedor oficial Professor Pereira através do E-mail franpelima@bol.com.br ou pelos tels. (83) 9911 8286 (TIM) - (83) 8706 2819 (OI).

terça-feira, 23 de abril de 2013

Cariri Cangaço Parahyba

P R O G R A M A Ç Ã O

Divulgamos a programação do Cariri Cangaço Parahyba, que se realizará nas cidades de Sousa/PB e Nazarezinho/PB, entre os dias 15 e 16 de junho de 2013.



Sousa - PB, 15 de junho de 2013/Sábado 
(Local: Centro Cultural Banco do Nordeste)

14:00h - Cerimônia de Abertura

14:20h - Mesa Redonda

Tema: Homem, Terra, Religiosidade, Sertão e Cangaço: A construção histórica da figura do cangaceiro.

Coordenador da Mesa: César Nóbrega - Sousa/PB



Debatedores: Lemuel Rodrigues - Mossoró/RN
                      Múcio Procópio - Natal/RN
                      Honório de Medeiros - Natal/RN

16:00h -  Exibição do documentário: A violência oficializada no tempo do cangaço (Produção da Laser Filmes)



Debatedores: Aderbal Nogueira - Fortaleza/CE
                     Juliana Ischiara - Quixadá/CE

19:00h - Mesa Redonda

Tema: O cangaço na Parahyba

Coordenador da Mesa: Manoel Severo - Fortaleza/CE



Debatedores: Ângelo Osmiro - Fortaleza/CE                               
                      Bismark Martins - Campina Grande/PB                              
                      Wescley Rodrigues - Cajazeiras/PB


Nazarezinho - PB, 16 de junho de 2013/Domingo.
        
07:30h - Visita Técnica (A casa do Jacu e a casa de seu Abdias Pereira)
       
08:30h - Cerimônia de Abertura (Local: Centro Social)

09:00h - Exibição do documentário: Na cabeça do povo (Produção: Helena Maria Pereira)
       
09:30h - Mesa de Debate

Tema: O cangaço como caracterizador da cultura sertaneja e a importância da cultura material como elemento formador da identidade de um povo (A memória do cangaceiro Chico Pereira)      


Debatedores: João de Sousa Lima - Paulo Afonso/BA                                
                      Paulo Gastão - Mossoró/RN
     
"Exposição do Cangaço"

Maiores informações:  wescley.dutra@bol.com.br

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*As montagens foram pescadas no www.cariricangaco.com

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Beato José Lourenço

O sepultamento
Por Renato Casimiro

José Lourenço Gomes da Silva era paraibano da cidade de Pilões de Dentro, nascido em 1870, filhos de escravos alforriados – Lourenço Gomes da Silva e Teresa Maria da Conceição. Muito jovem foi trabalhar na agricultura, afastado da família que migraria para Juazeiro. Aos vinte anos de idade, José Lourenço vem para Juazeiro, onde reencontra sua família e ser torna beato. Em 1894 José Lourenço e seus familiares foram morar no Sítio Baixa Dantas, arrendado do proprietário cratense João de Brito e arrendado anteriormente ao Padre Cícero. Aí em Baixa Dantas, Zé Lourenço constituiu a sua primeira comunidade, de cerca de duas mil pessoas que vivia da agricultura e da pecuária. Em 1921, o Pe. Cícero recebe de presente um exemplar bovino da raça zebu, oferecido pelo industrial Delmiro Gouveia.

In http://www.portaldejuazeiro.com
O animal foi entregue para o zelo de Zé Lourenço que o levou para Baixa Dantas. O animal foi alcunhado de Boi Mansinho, pela docilidade de seu trato. As atenções com o animal, pela raça exemplar e pelo destino que se dava para melhorar o plantel da região, fizeram crescer as histórias de práticas fanáticas de adoração ao animal, do uso de sua urina como pretenso medicamento, etc. Desde junho de 1920, Floro Bartholomeu da Costa já tinha manifestado a sua intolerância com as chamadas Cortes Celestes, tendo inclusive determinado atos de violência para a dissolução de uma comunidade nos arredores do Horto, sendo alguns presos na cadeia local.

Floro, deputado estadual na época, foi por diversas vezes admoestado por críticas com respeito ao apoio que o Pe. Cícero dava ao beato Zé Lourenço. Não se contendo, determinou a captura do beato e a transferência do boi para Juazeiro, onde foi sacrificado. Zé Lourenço ficou preso em Juazeiro por cerca de 17 dias, segundo se diz, sem nenhuma alimentação. A intervenção do Pe. Cícero e amigos influentes levou o beato à soltura, que saiu da prisão nos braços de membros de sua comunidade. Zé Lourenço ainda permaneceu em Baixa Dantas até 1926, quando o Sítio foi vendido. Com a saída de José Lourenço e sua gente, Pe. Cícero os encaminhou para uma outra sua propriedade, o Sítio Caldeirão dos Jesuítas, no município de Crato.

No Caldeirão viveram 10 anos, até que em setembro de 1936 a comunidade foi tomada por uma ataque de forças policiais. Alguns foram presos e levados para Fortaleza, outros teriam sido vitimados por um discutido ataque aéreo. José Lourenço fugiu para nova propriedade, denominada Mata dos Cavalos. Em 1937 ainda teria acontecido alguns conflitos entre membros da comunidade e tropas militares.

Sobreviventes do massacre do Caldeirão

Falava-se com receios que o beato tivesse restaurando sua comunidade, como um novo Caldeirão. E a perseguição se tornou implacável. José Lourenço e remanescentes se refugiam em Pernambuco, no Sítio União, município de Exu, e aí tiveram algum sossego, pois não mais aconteceu qualquer perseguição por força policial. Entre 1938 e 1946, a comunidade experimentou ainda um período de reconstrução, até que em 12 de fevereiro de 1946 falece José Lourenço, aos setenta e seis anos de idade. A comunidade leva seu líder para ser sepultado em Juazeiro do Norte, a 70 quilômetros de Exu.

Cerca de trinta e cinco homens da comunidade trouxeram o caixão com os restos mortais do beato, em uma caminhada extenuante, onde gastaram doze horas pelas veredas. Pelas duas horas da manhã o cortejo chegou ao Juazeiro. Encontraram naquela manhã de 13 de fevereiro de 1946 a proibição da acolhida do corpo do beato para cerimônias de exéquias, imposta pelo então vigário de Juazeiro, Mons. Joviniano da Costa Barreto. Os homens do Sítio União levaram, então, o corpo de José Lourenço para a Capela de São Miguel, hoje inexistente, onde também se verificava a mesma proibição. A solução foi realizar o velório no lado de fora da capela. Depois das orações realizadas pelos presentes, o cortejo seguiu para o cemitério do Socorro, onde, finalmente o beato José Lourenço descansa em paz.    

Ao relembrar a trajetória e estes últimos momentos da vida de José Lourenço Gomes da Silva, reproduzimos algumas imagens da figura do beato e flagrantes do velório e cortejo fúnebre.


Foto 1 a 3: José Lourenço Lourenço Gomes da Silva;
Foto 4: Capela do Sítio Caldeirão;
Foto 5 e 6: Velório, à porta da antiga Capela de São Miguel;
Foto 7 e 10: Cortejo fúnebre pelas ruas de Juazeiro do Norte.

In: www.colunaderenato.blogspot.com.br

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Novo livro na praça

Professor da Univasf revela registros e singularidades do cangaço de Lampião.



Dois anos de pesquisa, mais de 200 livros consultados, 203 entrevistas realizadas são alguns dos subsídios que deram origem à obra Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências. O livro de quase 700 páginas, escrito pelo professor da Univasf - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Aroldo Ferreira Leão reúne registros de um dos mais conhecidos personagens do sertão nordestino, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, contextualizando-o em uma abordagem cronológica das histórias que envolveram o cangaço no ambiente sertanejo do início do século passado. A primeira edição, publicada pela Editora Bagaço.

As informações extraídas de jornais da época, uma ampla pesquisa bibliográfica e em arquivos públicos, e centenas de anotações advindas dos depoimentos dos entrevistados por Aroldo Leão, estão compiladas em 19 capítulos que abrangem estudos e relatos e que resultaram em literatura com foco na cultura nordestina e traços do tempo do cangaço. Fatos que até hoje inspiram historiadores, repentistas e o povo sertanejo.


Foto: Raryana Wenethya
“A minha literatura é antes humana, cuja temática é para engrandecer o sertão, é também um resgate de nossa cultura que merece ser preservada”, frisa o autor. Ele ressalta ainda: “Parte do acervo documental utilizado na minha pesquisa poderá ser perdido”, alerta Aroldo. Ele explica: “Os originais depositados em arquivos públicos, que também foram fontes de consulta para este trabalho, estão mal conservados, esfarelando”, revela.

Entre os dados apresentados no livro está o registro da primeira vez que Lampião é citado pela Imprensa. Segundo Aroldo, foi em 1922, no Jornal Diário de Pernambuco que “copiou notícia publicada no Diário de Alagoas,” disse. O livro também exibe ilustrações e reproduções de fotografias e documentos. Dá destaque a capas de folhetos de cordel, revistas e jornais, títulos e reportagens com referências a Lampião. Imagens que enfocam raridades como momento de descontração no cangaço, até a famosa cena das decapitações.

Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências é essencialmente o encontro desses registros orais e documentais com as percepções do autor; narrativa das viagens e passagens do cangaceiro mais famoso do país que enveredou pelos estados do Nordeste e que figura como um dos mais populares símbolos da região, presente na música, na poesia e no imaginário popular.

Resenha de Klene Barreto de Aquino 
www.univasf.edu.br

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Interessa? O livro tem 700 páginas. Preço R$ 75,00 (Setenta e cinco reais) com frete incluso, para todo o Brasil. Onde comprar? Com o revendedor oficial Professor Pereira através do E-mail franpelima@bol.com.br ou pelos tels. (83) 99911 8286 (TIM) - (83) 98706 2819 (OI).

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Tem Maria e Lampião

Na edição de Maio da revista Aventuras na História

Capa da 118ª Edição

Bradou o confrade Renato Araújo!!!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Paripiranga na História

O cangaceiro Saracura
Por Thomaz Araújo

Cada vez mais descobrem-se pessoas e fatos que elevam Paripiranga à  categoria de palco de uma das páginas mais estudadas e dolorosas do Brasil contemporâneo: O Cangaço.

Desta vez, a surpresa veio por conta de uma conversa com um amigo que também pesquisa a nossa História e que revelara através de relatos orais de pessoas que viveram nas décadas de 1920 e 1930.

Catando informações aqui e ali, ficou constatado que Paripiranga foi um pequeno celeiro dos cabras de Virgolino e dos seus subgrupos aqui de passagem, além de ser também referência  de algumas pessoas que davam apoios chamados pelas volantes de "coiteiros".

Uma dessas personagens foi o natural de Paripiranga, (BA) de nome Benício Alves dos Santos, que recebeu a alcunha de "Saracura".

Nascido na região chamada de Curral, perto da comunidade Maritá, divisa com os  municípios de Carira e Pinhão no estado de Sergipe.

Em entrevista ao jornalista  Joel Silveira em Março de 1944, na Penitenciária de Salvador, Saracura conta como entrou para o bando de Virgolino, grupo de Zé Sereno e depois seguiu com Angelo Roque, o "Labareda", que assim como Corisco tentaram manter viva a chama do Cangaço após o passamento de Lampião em 1938.
      
 Veja a seguir, um trecho desta conversa interessante com alguns cangaceiros sobrevieventes:
O próprio Saracura parece, agora, sair do seu sono triste. Pede a palavra e conta:
-"Posso falar do meu caso. Peguei na espingarda quase obrigado, para mim vingar das misérias que fizeram com meu pai. Um dia, no Coité, uma volante invadiu o nosso sítio. Queriam à força que meu pai desse notícia dos cangaceiros, como se ele fosse um coiteiro. O velho não sabia de nada, e então os "macacos" começaram a supliciar o pobre: arrancaram as barbas dele, fio à fio, arrancaram suas unhas com alicate; se o senhor pensar que estou mentindo, vá lá no Coité e procure André Paulo Nascimento, que mora nas redondezas. É o meu pai. Ele dirá ao senhor se estou ou não falando a verdade. Ele mostrará ao senhor o estado em que ficaram seus dedos. E eu próprio, antes de pegar na espingarda, fui um dia violentamente espancado na Fazenda Curral, perto do Coité. Os "macacos" haviam dito que eu era coiteiro, mas na verdade é que, até então, eu nunca vira um bandido na minha vida ".

Saracura me revela mais que é casado e tem três filhos, que de vez em quando o visitam.

Saracura quando ainda se encontrava preso na Bahia.
Acervo: Geziel Moura

 Em Salvador, 1964, onde ele trabalhava no necrotério do Instituto Nina Rodrigues. Emprego arranjado pelo amigo Dr. e escritor Estácio de Lima. Um cargo que poucos ou quase ninguém aceitaria, mas como se tratava de um ex-cangaceiro de Lampião... Só tinha medo dos vivos.

O termo dito pelo cangaceiro Saracura que relaciona Coité como sua terra está correto, pois Paripiranga antes chamava-se de Patrocínio do Coité. Como está contida na seguinte informação tirada no WIKIPÉDIA:

  Grupo de Zé Sereno. Saracura é o penúltimo


Saracura é o 1º a esquerda
Cortesia de Ivanildo Silveira

Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei Provincial 1 168, de 22 de maio de 1871, com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité.


 Patrocínio do Coité, inicio do século XX.
 Acervo: Marcos Aurélio Carregosa Lima

Foi o Arraial de Patrocínio de Coité elevado à categoria de vila pela Lei Provincial 2 553, de 1º de maio de 1886, que criou o município de Patrocínio de Coité, com território desmembrado do de Bom Conselho (atual Cicero Dantas), que se instalou a 1º de fevereiro de 1888. Pelo Decreto Estadual 7 341, de 30 de março de 1931, o município teve o seu nome mudado para Paripiranga.


Saracura, entregue aos homi em sua terra natal.
Cortesia de Ivanildo Silveira

O documentário Memória do Cangaço contém relatos de Saracura. Se preferir avance para 15m:50s



Fonte:
- http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/10/entrevista-com-cangaceiros-na-prisao-em.html
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Paripiranga

- Memória do Cangaço - Paulo Gil Soares, 1964 http://www.youtube.com/watch?v=vk1CutCJZJ
- Entrevista de Joel Silveira integra o livro "Tempo de Contar" (Editora Record, 1986).
Catei no: www.historiaparasecontar.blogspot.com.br
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OBS. Com exceção do vídeo, as imagens e algumas informações foram inseridas por nós a fim de enriquecer a matéria. Até o momento não temos qualquer informação sobre a causa e data da morte de Saracura.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Procurando livros?

Raridades e "novidades" do professor Pereira
Catálogo atualizado para Abril/Maio. Promoções e valores com frete incluso para todo o Brasil.

Autor                                      Título                                            Valor   Obs. 

- Abelardo F. Montenegro Fanáticos e Cangaceiros 2011 – Clássico 2ª Ed. 420 pág. 65,00  Novo
- Alberto S. Galeno Território dos Coronéis 1987  123 pág. 30,00 Capa dura c/ carimbo


 Aglae Lima de Oliveira Adriana: Vida de uma professora no Estado de Pernambuco no tempo de Lampião 1985  194 pág.  55,00  Bom estado/capa envelhecida


- Alcino Alves Costa  Lampião Além da Versão, Mentiras e Mistérios de Angicos – 2011 Lançamento (3ª Ed.). 410 pág. 50,00 Novo
- Alcino Alves Costa  Lampião em Sergipe 2011  298 pág. ´65,00  Novo
- Alcino Alves Costa  Poço Redondo - A Saga de um povo 349 pág. 55,00 Novo
- Alcino Alves Costa  O Sertão de Lampião 55,00 Novo
- Ana Cláudia Marques  Intrigas e questões- Vingança de Família e Tramas sociais no Sertão de Pernambuco 2002 352 pág. 35,00 Ótimo estado
- Ana Cláudia Marques e outros  Andarilhos e Cangaceiros 1999  233 pag.  35,00  Novo
- André Heráclio do Rego Família e Coronelismo no Brasil- Uma História de Poder 378 pag. 35,00  Ótimo estado
- Ângelo Osmiro Assim Era Lampião e Outras Histórias 2012  236 pág.  35,00 Novo
- Antônio Amaury C. de Araújo  Gente de Lampião – Sila e Zé Sereno  25,00 Novo
- Antônio Amaury C. de Araújo  Lampião e as Cabeças Cortadas  55,00  Novo
- Antônio Amaury C. de Araújo  Lampião, Segredos e Confidências do Tempo do Cangaço 3ª Ed. 2011.   229 pág.  55,00  Novo


Antônio Amaury C. de Araújo Gente de Lampião: Dadá e Corisco 2011 329 pág.  60,00  Novo

- Antônio Amaury C. de Araújo Maria Bonita, A Mulher de Lampião 2011. 279 pág. 55,00  Novo
- Antônio Amaury C. de Araújo Lampião - As Mulheres e o Cangaço 2012  399 pág.  55,00  Novo
- Antônio Amaury C. de Araújo e Vera Ferreira De Virgolino a Lampião 2009 319 pág.  55,00  Novo
- Antônio Amaury C. de Araújo  Lampião- Origens de Família e Primórdios Guerreiros do Famoso Cangaceiro (Poesias) Raro 31 pág.  40,00  Envelhecido pelo tempo
- Antônio Amaury C. de Araújo  Assim Morreu Lampião 1ª Ed. 1975  135 pág.  40,00  Bom estado/envelhecido
- Antônio Amaury e Carlos Elydio Corrêa de Araújo Lampião, Herói ou Bandido? 25,00 Novo
- Antônio Barroso Pontes  Reminiscências de Um Caboclo Sertanejo  204 pág. 23,00  Bom estado
- Antônio Barroso Pontes  O Mundo dos Coronéis 25,00 Bom estado


Antônio Barroso Pontes  Cangaceirismo do Nordeste 1973 187 pág. 50,00 Bom estado/envelhecido

- Antônio Corrêa Sobrinho O Fim de Lampião, O que disseram os jornais sergipanos 2011. 166 pág.  33,00  Novo
- Antônio Gurgel e Raimundo Soares de Brito Nas garras de Lampião (Diário do CEL. Gurgel)  122 pág. 50,00 Ótimo estado
- Antônio Vilela de Souza  O Incrível Mundo do Cangaço Vols. I e II.  38,00 cada  Novo
- Antônio Vilela de Souza  A outra Face do Cangaço 2012 – Soldado Adrião 102 pág. 28,00  Novo
- Archimedes Marques Lampião contra o mata sete 2012  552 pág.  55,00  Novo
- Arthur Shaker  Pelo Espaço do Cangaceiro, Jurubeba 1979  173 pág. 35,00  Bom estado
- Billy Jaynes Chandler  Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns  213 pág.  80,00  Bom estado
- Billy Jaynes Chandler  Lampião: O Rei dos Cangaceiros 1981  289 pág. 45,00 Bom estado/envelhecido
- Bismarck Martins de Oliveira  Histórias do Cangaço - O Saque de Souza – PB em 1924  30,00 Novo
- Bismarck Martins de oliveira  O Cangaceirismo no Nordeste 2002  329 pág.  38,00  Novo
- Bismarck Martins de Oliveira  Cangaceiros de Lampião de A a Z 2012  35,00 Novo
- Câmara Cascudo  Notas e Documentos Para a História de Mossoró  299 pág.  45,00  Novo
- Célia Magalhães  Fatos e Curiosidades- Missão Velha  25,00 Novo
- Cicinato Ferreira Neto  A Misteriosa Vida de Lampião 33,00 Novo
- Cláudio Aguiar  Caldeirão  40,00 Ótimo estado
- Cláudio José Alves Viana  Religião e Cangaço na Cidade de Mossoró 2012  256 pág. 45,00 Novo


Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto  Lampião em Alagoas 2012 (Lançamento) 467 pág. 55,00 Novo


- Coleção Mossoroense  Pequena Cantoria de Mário de Andrade e Câmara Cascudo para Lampião e Jararaca 103 pág.  40,00  Ótimo estado
- Daniel Lins   Lampião – O Homem que Amava as Mulheres  30,00  Novo
- Eduardo Barbosa  Lampião, Rei do Cangaço 117 pág.    35,00  Bom estado
- Élise Jasmim  Cangaceiros 2006 - Álbum Fotográfico do Cangaço  149 pág.  150,00  Ótimo estado
- Epitácio de Andrade Filho A Saga dos Limões, Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante 2011. 92 pág. 35,00  Novo
- Érico de Almeida   Lampião, Sua História 1996 (Fac-similar 1926). 137 pág.   70,00  Bom estado
- Estácio de Lima  O Mundo Estranho dos Cangaceiros 1965  327 pág. 130,00 Bom estado
- F. Pereira Nóbrega Vingança, Não – Depoimento Sobre Chico Pereira e Cangaceiros do Nordeste 1960 1ª edição.   90,00   Bom estado
- Firmino Holanda Benjamim Abrahão  85 pág. 18,00  Novo (Bolso)
- Francisco Galvão Do Coronelismo ao Caldeirão 2006  192 pág.  35,00  Novo 
- Fred Navarro  Assim Falava Lampião 1998  271 pág.  35,00  Bom estado
- Frederico P. de Mello Estrelas de Couro. Edição de luxo – 1ª Ed.  1,6kg  95,00  Novo
- Frederico P. de Mello  Guerreiros do Sol 5ª Ed. 2011  519 pág.  60,00  Novo 
- Frederico P. de Mello  Benjamin Abrahão, Entre Anjos e Cangaceiros 45,00  Novo



Frederico Pernambucano de Mello  Quem foi Lampião 1993  151 pag. 70,00  Ótimo estado


- Geraldo Ferraz  Pernambuco no Tempo do Cangaço 2vol.  1.024 pág.  120,00  Novo
- Geraldo Ferraz  Theophanes F. Torres, Um Herói Militar na cavalaria de Pernambuco 2004.  250 pag. 45,00 Novo
- Gilbamar de Oliveira Bezerra  A Derrota de Lampião (Mossoró) 2010  104 pág.  28,00 Novo
- Gilmar Teixeira  Quem Matou Delmiro Gouveia? 2011 152 pág.  40,00 Novo
- Gouveia de Helias Dias Sem Compaixão 2010 178 pág. 25,00 Novo
- Gregg Narber Entre a Cruz e Espada: Violência e Misticismo no Brasil Rural 206 pág. 30,00    Ótimo estado
- Gustavo Barroso  Terra de Sol  40,00 Novo
- Gustavo Barroso Heróis e Bandidos, Os cangaceiros do Nordeste 2012.  197 pág.  40,00  Novo
- Gustavo Barroso Almas de lama e de aço, 2ª Ed. 2012.  117 pág. 35,00 Novo
- Gutemberg Costa  A Influência do Cangaço na Música popular Brasileira 1998  84 pág. 40,00  Bom estado/soltando as folhas
- Haroldo Felinto  Curiosidades e Fatos Sobre Lampião 2012  207 pág. 30,00 Novo


Hilário Lucetti Histórias do Cangaço 2001 115 pág. 50,00 Bom estado


- Honório de Medeiros Massilon 50,00 Novo
- Iaperi Araújo No Rastro dos Cangaceiros 2009 152 pág. 40,00  Novo
- Ilda R. de Souza e Israel (Zai) Araújo Orrico Sila, Uma Cangaceira de Lampião. 130 pág.  60,00  Bom estado
- Ilsa Fernandes Queiróz  Mulheres no Cangaço, Amantes e Guerreiras. 144 pág. 30,00  Novo
- Inês Caminha L. Rodrigues  A Revolta de princesa 1981  81 pág. 15,00  Bom estado-Livro Bolso
- Isabel Lustosa  De Olho em Lampião 2011  109 pág.  25,00  Novo
- Ivan Bichara   Carcará- Romance Histórico - Ataque de Sabino Gomes a Cajazeiras em 1926 - 276 pág. 30,00  Bom estado
- João Bezerra da Nóbrega  Lampião e o Cangaço na Paraíba 2011 345 pág.  55,00 Novo
- João de Sousa Lima  A Trajetória Guerreira de Maria Bonita  38,00  Novo
- João de Sousa Lima  Moreno e Durvinha  38,00  Novo
- João de Sousa Lima e Juracy marques (Org.)  Maria Bonita- Diferentes Contextos Que Envolveram a Vida da Rainha do Cangaço  172 pag.  38,00 Novo
- João Lelis de Luna Freire  A Campanha de Princesa 2000  390 pág. 55,00 Ótimo estado
- Joaquim Inojosa República de Princesa  55,00  Bom estado
- Joaryvar Macedo e Rejane M. Augusto Gonçalves Os Augustos  2ª Ed. 2009  627 pág. 65,00 Novo
- Jorge Mattar Villela  O Povo em Armas: Violência e Política no Sertão de Pernambuco 2004 292 pág. 35,00  Ótimo estado
- José Alves Sobrinho  Lampião e Zé Saturnino, 16 anos de lutas.  40,00  Novo


José Alves Sobrinho  Lampião, Antônio Ferreira e Levino – A parceria e o Cangaço 2012 235 pág.  55,00  Novo


- José Anderson Nascimento  Cangaceiros, Coiteiros e Volantes.  30,00  Ótimo estado
- José Cavalcanti  Bicho do Cão - Canga, Cangaço, Cangaceiro. 271 pág. 140,00  Bom estado
- José Gastão Cardoso A heroica resistência de Princesa 2ª ed. 25,00 Novo
- José Hilário Do Cangaço ao Congresso 1994 241 pág. 30,00 Envelhecido pelo tempo
- José Peixoto Junior  Bom de Veras e Seus Irmãos (Os Marcelinos)  40,00 /envelhecido
- José Sabino Bassetti e César Megale Lampião, Sua Morte Passada a Limpo 2011. 192 pág. 45,00 Novo
- Juarez Conrrado  Lampião - Assaltos e Mortes em Sergipe 2010  301 pág.  55,00  Novo
- Juarez Conrado  A Última Semana de Lampião (Reportagens) 1980  84 pág. 70,00  Bom estado/Capa envelhecida
- Késsia Brito e outra  O Mito de Lampião 47 pág.  12,00  Bom estado
- Kydemir Dantas  Mossoró e o Cangaço 1997 149 pág. 30,00 Bom estado
- Leonardo Mota  No Tempo de Lampião 2002  40,00  Novo
- Luitgarde Oliveira C. Barros A Derradeira gesta: Lampião e os Nazarenos Guerreando no Sertão 2000   260 pág.  50,00  Novo
- Luiz Bernardo Pericás Os Cangaceiros  55,00 Novo
- Luiz Luna  Lampião e Seus Cabras 2ª Ed. 1972  160 pág. 45,00  Bom estado
- Luiz Ruben  Lampião Conquista a Bahia 2011  422 pág.  45,00  Novo
- Luiz Ruben F. Bonfim  Lampião e os Interventores 2007 236 pág. 38,00  Novo
- Luiz Rubens F. de A. Bonfim  Notícias Sobre a Morte de Lampião 166 pág.  38,00  Novo
- Luiz Rubens F. de A. Bonfim  Lampião e os governadores 35,00 Novo
- Luiz W. Torres  Lampião e o Cangaço  28,00  Ótimo estado
- Luiz Zanotti   Lampião: Texto, Tela e Palco – Tese de Doutorado - 2012. 308 pág.  50,00 Novo
- Manoel Benício O Rei dos Jagunços 1997  30,00  Ótimo estado


Manoel Cavalcanti de Souza (Ex-volante Neco de Pautília) Lembrar e escrever, não é só querer - “Memórias” do Cangaço e Genealogia. 167 pág.  32,00 Novo

- Manuel Andrade Filho  Fortaleza de São João – Vida e Morte de Lampião 1988  592 pág.  60,00  Capa dura/bom estado
- Maria Christina Matta Machado  As Táticas de Guerra dos Cangaceiros 2ª Ed. 1978 150 pág.  45,00  Bom estado de leitura/envelhecido
- Maria Isaura P. de Queiroz  História do Cangaço  25,00  Bom estado / envelhecido
- Mariane L. Wiesebron  Historiografia do Cangaço e o Estado atual da pesquisa sobre banditismo à nível nacional e Internacional (Apostila) 28 pág. Coleção Mossoroense Séria “A”  28,00  Bom estado
- Marilourdes Ferraz  O Canto do Acauã  4ª edição 2012 Lançamento  680 pág.  130,00  Novo
- Mario Souto Maior  Antônio Silvino – Capitão de Trabuco 40,00 Novo
- Melquíades Pinto Paiva  Bibliografia Comentada do Cangaço vol. III. 105 pág.  10,00 Ótimo estado
- Melquíades Pinto Paiva Bibliografia Comentada do Cangaço vol. V  89 pag. 10,00 Novo
- Melquíades Pinto Paiva A Matriarca do Sertão: Fideralina Augusto Lima 153 pág. 35,00 Novo
- Melquíades Pinto Paiva  Ecologia do Cangaço  40,00  Novo
- Melquíades Pinto Paiva  Cangaço, uma ampla bibliografia comentada 2012. “392 pág. 85,00 Novo / Capa dura
- Miriam V. Garate  Civilização e Barbárie nos Sertões 25,00 Novo
- Moacir Assunção  Os Homens Que Mataram o Facínora 2007  278 pág.  55,00 Parte da capa rasgada, miolo ótimo.


Napoleão Tavares Neves  Cariri, Cangaço, Coiteiros e Adjacências 2009.  131 pag.  35,00  Novo


- Nelly Cordes  O Rei dos Cangaceiros 1954  181 pág. 30,00  Bom estado/envelhecido
- Nertan Macedo Lampião- Cap. Virgulino Ferreira – 5ªed. 1975  25,00  Regular estado
- Nertan Macedo Sinhô Pereira - O Comandante de Lampião 50,00 Ótimo estado
- Nertan Macedo Floro Bartolomeu, o caudilho dos beatos e cangaceiros. 202 pág. 55,00 Ótimo estado
- Nertan Macedo Volta Seca, O Menino Cangaceiro 1982  106 pág.  90,00  Bom estado
- Oleone Coelho Fontes Lampião na Bahia  50,00  Novo
- Optato Gueiros  Lampião, Memórias de Um Oficial Ex-comandante de Forças Volantes (Ed. Fac-similar). 279 pág. 45,00  Bom estado
- Padre João Carlos Perini  Padre Cícero e Lampião 12,00 Novo
- Paulo Medeiros Gastão Lampião de A a Z 2011 75 pág. 15,00 Novo
- Paulo Medeiros Gastão O Cangaço e a Imprensa 2012  80 pág. 23,00 Novo
- Paulo Moura  Lampião: A Trajetória de Um Rei Sem Castelo  150 pág.  35,00  Novo
- Pedro Baptista  Cangaceiros do Nordeste 2011  279 pág.  37,00  Novo
- Pedro Nunes Filho  Guerreiro Togado – 2011 - Edição de Luxo  516 pág.  100,00 Novo
- Raimundo Nonato  Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro Romântico  40,00 Novo.
- Raimundo Nonato  Lampião em Mossoró 2012  325 pág.  45,00  Novo
- Ranulfo Prata Lampião  28,00 Ótimo estado
- Ranulfo Prata  Lampião, Documentário 2010 239 pág.  35,00  Novo
- Raquel de Queiroz  Lampeão, a Beata Maria do Egito - Teatro 1995. 60 pág.  20,00 Ótimo estado
- Raul Fernandes  A Marcha de Lampião - Assalto a Mossoró. 55,00  Novo.
- Raul Fernandes  Lampião na Fazenda Veneza  23 pág. 15,00 Novo


Reinaldo Azevedo  Cangaço, tatuado no traço 22x31cm  2012 131 pág. 68,00  Novo/encadernação de luxo.


- Renato Phaelante  Cangaço, Um Tema na Discografia da MPB.  97 pág.  40,00  Novo
- Ricardo Albuquerque (org.)  Iconografia do Cangaço – (Livro Álbum) Inclui Filme com Cenas Inéditas de Lampião e Seu Bando (DVD)  215 pág. 115,00  Novo
- Roberto Pedroso Monteiro  O Outro Lado do Cangaço,  As Forças Volantes em Pernambuco entre 1922-1938 2004.  185 pág.  60,00  Ótimo estado

- Rodrigues de Carvalho  Serrote Preto 1974  80,00  Bom estado
- Rodrigues de Carvalho  Lampião e a Sociologia do Cangaço 379 pág. 90,00 Bom estado, manchas no corte
- Ronald Daus O Ciclo Épico dos Cangaceiros na poesia popular do Nordeste 1982  161 pág.  30,00  Bom estado. Envelhecido
- Rosa Bezerra A Representação Social do Cangaço 50,00 Novo
- Rui Facó  Cangaceiros e Fanáticos 2012  40,00 Novo.


Sérgio Augusto S. Dantas  Antônio Silvino: O Cangaceiro, o Homem, o Mito 2ª Edição 2012. 314 pág.  45,00  Novo


- Severino Barbosa  Antonio Silvino – O Rifle de ouro  80,00 regular  100,00 Bom estado.
- Sousa Neto José Inácio do Barro e o Cangaço 2011 223 pág. 38,00  Novo.
- Ulysses Lins de Albuquerque  Um Sertanejo e o Sertão 2ª edição. (Anexo "A luta dos Pereiras e Carvalhos") 242 pág. 45,00  Bom estado/envelhecido pelo tempo.
- Valdir Nogueira  São José do Belmonte 1999 (O trágico fim do Cel. Gonzaga e a História da Pedra Bonita) 361 pág.  65,00  Ótimo estado
- Vilma Maciel  Os Fuzilados do Leitão 2ª Edição 2012  88 pág. 23,00 Novo
- Vilma Maciel  Lampião: Luta, Sangue e Coragem 2012 (Romance Histórico)  188 pág. 33,00  Novo
- Waldemar Alves da Silva Júnior O coronelismo em Salgueiro (1920-1945) 2008  277 pág.  50,00    Capa dura /ótimo estado com carimbo

 *Imagens meramente ilustrativas
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Estou sempre comprando e vendendo livros, os preços podem variar para mais ou para menos, a qualquer momento. Possuo apenas uma unidade de alguns títulos, então será sempre importante confirmar o estoque do livro desejado. O pedido pode ser feito para nosso E-mail franpelima@bol.com.br ou pelo tel. (83) 9911 8286 (TIM) - (83) 8706 2819 (OI)

Att. Professor Pereira
Cajazeiras/PB

quarta-feira, 10 de abril de 2013

História dos Volantes

Coronel João Nunes
Por: Antonio Vilela

Coronel João de Araújo Nunes
João de Araújo Nunes, nasceu em 27 de janeiro de 1881 em Águas Belas (PE). João Nunes foi um homem de extrema coragem comandando a Força Pública de Pernambuco no combate ao cangacerismo,enfrentando Lampião e seu séquito com uma bravura fora do comum.

O Coronel João Nunes era um homem forte e destemido, não tinha medo de Lampião, ao contrario, o Capitão vesgo tinha um respeito muito grande por Nunes.

Lampião teve uma grande oportunidade de matar o Coronel João Nunes e não o fez graças a bravura do mesmo. O coronel não se dobrou ao "Capitão" bandido. Em 30 de novembro de 1930, o Coronel, então aposentado estava descansando em sua fazenda em Águas Belas.

Lampião foi lá e sequestrou o brioso militar. Primeiro o Rei do cangaço exigiu a importância de quinze contos de réis de resgate, mas João Nunes estava sem essa importância, o velho Coronel jurava que era um homem morto. Foi levado até o estado de Sergipe,entretanto, por sua coragem e bravura, sem jamais mostrar fraqueza, foi tratado com educação pelos cangaceiros e com muita admiração pelo próprio Lampião.

Ao chegar à Sergipe e sem receber os 15 contos de réis pedidos de resgates, Lampião resolveu liberar o velho e brioso Coronel João de Araújo Nunes.


O jovem João Nunes
Acervo: Ivanildo Silveira

Ao contrário, em vez de pagar o resgate ao Capitão Virgulino, João Nunes acabou recebendo 30 mil réis para as despesas com comida e transporte. O velho Coronel chega ao Recife cansado, mas vitorioso de ter escapado das garras do famigerado Lampião, o terror do sertão, afirmando que Lampião era um "bandido de sentimentos humanos". O que salvou o Coronel João Nunes foi a sua coragem de enfrentar o infortúnio de estar sequestrado pelo bando de Lampião, conseguindo assim a simpatia dos bandoleiros e do próprio Virgulino Ferreira da Silva.


Cel. João Nunes ao centro 
tendo a sua esquerda o Cel. Audálio Tenório

Na revolução de 1930,João Nunes foi preso juntamente com o governador de Pernambuco Estácio Coimbra, ele, João Nunes,foi levado para a Casa de Detenção do Recife, ficando na mesma sela com João Dantas, assassino de João Pessoa, interventor da Paraiba. João Dantas disse ser o Coronel João Nunes "um homem forte".

O Coronel teve uma trajetória de vida muito bonita, foi prefeito de Águas Belas,Canhotinho e Garanhuns.

Fonte: SOUZA. Antônio Vilela - O Incrível Mundo do Cangaço vol. 2 Edições Bagaço 2010. Pág 31.
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Adendo Lampião Aceso

O Cel João Nunes foi Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de Pernambuco. Existe no bairro de Santo Amaro, no Recife, o 13º BPM. Batalhão Cel. João Nunes. Foi Diretor da Casa de Detenção do Recife por três vezes; Diretor do Presídio de Fernando de Noronha; Assessor do Governador Cid Sampaio e membro da maçonaria. No prédio do Comando Geral da PMEPE, sua foto inaugurou a Galeria dos Comandantes. Tem uma rua batizada com seu nome na cidade onde nasceu, Águas Belas, onde foi prefeito de 1928 a 1930. Faleceu em 1971.

Fonte: www.osnunesemtodosostempos.blogspot.com.br

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Faca Jardineira de Paulo Pereira

Como eram feitas as facas do Cangaço

Matéria feita pelo quadro "Me leva Brasil" do Programa Fantástico, por volta do ano 2000, com um dos últimos ferreiros de facas nordestinas: Paulo Pereira, filho do célebre cuteleiro José Pereira, da cidade de Crato, CE.


Créditos para Dênis Artur Carvalho

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cangaceiros

Moita Brava

Por: Kiko Monteiro

Este Moita Brava veio a ser o terceiro cabra a adotar o vulgo. O primeiro pertenceu ao grupo de Antonio Silvino e o segundo, Deolindo da Silva, compunha as hostes de Lampião nos anos 20.

Antonio da Silva ou se preferir Antonio Alves dos Santos, era baiano da Várzea da Ema (conterrâneo do Azulão II). Entrou para o cangaço sob as ordens de Corisco que o batizou com esse apelido. Destacou-se entre seus pares como um cabra de coragem e frieza. Além do subgrupo do "diabo Loiro" transitou entre os bandos de Ângelo Roque e o do próprio Lampião. Era irmão do também cangaceiro José Alves dos Santos, vulgo “Carrasco”.

Moita Brava participou do combate na Serra do Catimbau atual Paranatama, PE em 20 de Julho de 1935. (Não 1932 nem 1935 como mencionado em alguns livros). A Batalha da Serra do Catimbau foi em que Maria Bonita saiu baleada nas nádegas.

Teve como primeira companheira a Cangaceira Lili (Maria Xavier) cabocla do Juá, Raso da Catarina. Lili que já havia sido companheira do cabra Lavandeira, após a morte deste, na Serra da Canabrava, passou a andar com Manoel Moreno (o baiano e não o paraibano). Tempos depois ela conheceu Moita Brava e o acompanhou.

Foram para o grupo de Ângelo Roque, com quem ficaram quase dois anos. Moita Brava foi protagonista de um crime semelhante ao cometido por Zé Baiano. Certo dia encontrou Lili nos braços do cabra "Pó Corante", resultado, matou-a com seis tiros.  Pó corante, mesmo debaixo de bala conseguiu fugir e foi aceito no grupo de Corisco.

Como não foi identificado outro cangaceiro como este mesmo vulgo, acreditamos que este "Pó Corante" foi um dos cabras que emboscou o volante Neco de Pautilia, mas levou a pior, sendo abatido por este bravo Nazareno, que ainda está vivo aos cem anos de idade. Leia a matéria

Algum tempo depois juntou-se com a Cangaceira Sebastiana Rodrigues Lima ou simplesmente Sebastiana que era prima de outras duas cangaceiras: Aristéia e Quitéria.


Sebastiana e seus lindos olhos
Jornal "A Tarde" de 7 de dezembro de 1938.

Menos de um ano antes da tragédia em Angico, precisamente em 10 de Outubro de 1937 Sebastiana deu a luz a um filho de Moita Brava. A criança fora entregue ao promotor Manoel Cândido de Água Branca, AL, junto com um carta de recomendação. O menino que nasceu em Águas Belas, Pernambuco foi batizado na matriz de Mata Grande, AL com o nome de Joaquim Manoel Calumbi.

Quando das entregas, que decorreram da anistia prometida aos cangaceiros, recusou-se a acompanhar as volantes que saíram à caça de cangaceiros resistentes.

Boa Vista, Sebastiana, Moita Brava e Laura 
entregues aos "homi".

Manoel Franco da Rocha, esta veio a ser sua ultima identidade, contava com 110 aninhos na fotografia abaixo, (por sinal inédita na literatura), em ocasião do casamento de uma das netas. Moita Brava faleceu com "114" anos, no ano de 1983 na capital Paulista.

Moita Brava
Publicada no Jornal O Estado de São Paulo em  22 de abril de 1997.


Em cinco de Agosto de 2012 José Robério Silva Cruz, informou ao jornal Folha Sertaneja que é neto de Marcos Batista dos Santos único irmão vivo de Moita Brava que aos noventa anos ainda vive Várzea da Ema, BA. (Atualizando: O Sr Marcos Batista faleceu no dia 19/06/2013).
Fontes:

- OLIVEIRA, Bismarck Martins de - Cangaceiros de Lampião "de A a Z", 1ª edição do autor pág 199/200.

- COSTA, Alcino Alves. Existia amor no Cangaço? Artigo disponível In  www.cariricangaco.blogspot.com.br

- ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Lampião: as Mulheres e o Cangaço, Editora Traço 2ª Edição, 2012. Pág. 101/102.

- Jornal O Estado de São Paulo, edição de 22 de abril de 1997. Cópia gentilmente enviada pelo rastejador Francisco de Assis Barros.
- Comentário em http://www.folhasertaneja.com.br/especiais.kmf?cod=13382144&indice=10

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Temas do evento

A chegada de Sinhô Pereira ao Cariri Cangaço

Por: Jorge Remigio

Quando setembro vier, teremos o prazer de desfrutar a convivência por quase uma semana, com grandes personalidades do meio cangaceirístico, como também, de muitos amigos e amigas formados no seio desse encontro grandioso e singular, que é o CARIRI CANGAÇO. Este prima por dar um caráter cultural, didático e educativo ao evento, como também, tem a força de interagir plateias e pesquisadores nos seminários que sucedem nas cidades acolhedoras que fazem parte do circuito. A notícia da inclusão e discussão em seminário do personagem Sinhô Pereira, foi muito acertada. 

Parabenizo a organização do evento, pela escolha, sabemos o valor que tem o estudo desse que é considerado o maior expoente de um cangaço típico e não comum, que foi o cangaço de vingança. Mais acertado ainda foi o convite ao brilhante pesquisador, Dr. Leandro Cardoso Fernandes, que por afinidade é um Pereira, para proferir a palestra sobre o cangaceiro Sebastião Pereira da Silva. O Sinhô Pereira. 

O brilho do mito Lampião ofuscou a história de muitos cangaceiros de destaque que o antecederam. Personagem exaustivamente estudado e decantado ao longo da história, o qual se confunde até mesmo com o próprio cangaço. Cabe agora aos pesquisadores contemporâneos a tarefa de suprir essa extensa lacuna. 

O CARIRI CANGAÇO sai na frente e põe em discussão: Sinhô Pereira. Seu Rodrigues para os seus cabras. Uma de suas bisavós chamava-se Quitéria Rodrigues do Nascimento, mãe de Ana Sá, sua avó e irmã de Jacinta Rodrigues que se casou com o português José Pereira da Silva que migrou do sertão dos Inhamuns cearense, sendo os pioneiros da família Pereira na região do médio Pajeú. Os quais eram donos de extensa área territorial e constituíram uma numerosa prole. 

Leandro Cardoso Fernandes
A fixação dos Pereira no Vale do Pajeú, mais precisamente em uma região que compreende hoje os Municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, seu Distrito Bom Nome e parte do Município de Flores, marca uma época de desbravamento dos ermos sertões, a luta com o gentio na disputa do espaço e da criação do gado em currais. Foi mesmo uma autêntica epopeia esse período, conhecido por ciclo do couro ou ciclo do gado. Sinhô Pereira tem sua gênese aí. Nasceu dessa cultura, dessa formação social, mesmo que um século depois, as vicissitudes do tempo não mudaram radicalmente a atmosfera cultural do ambiente. 

Na primeira geração, os filhos do patriarca José Pereira e da sua esposa Jacinta Rodrigues, vão ser muito importante para dar sequência ao domínio territorial já conquistado. Consolidando de vez os seus currais naquela região. Todos os filhos do patriarca vão ser tio avós de Sinhô Pereira, exceto Francisco e Ana que eram seus avós. 

O primeiro filho foi Simplício Pereira da Silva, casado com Ana Joaquina Nunes, essa, filha do sesmeiro Aniceto Nunes da Silva e de Antônia Lourenço de Aragão. Chegou ao título de Coronel da Guarda Nacional e foi o maior desbravador daquela mata virgem. Tornou-se uma lenda em sua época, os seus feitos são extensos, participou ativamente no sertão de várias convulsões políticas que se sucederam após a abdicação de D. Pedro I. Sua história carece de muitas páginas.

O segundo: João Pereira da Silva casou-se com Antônia de Sá e era dono da Fazenda São Cristóvão em Belmonte. Terceira: Josefa Pereira da Silva, que se casou com Joaquim Nunes da Silva, irmão das esposas de Simplício e Manoel. Quarto: Antônio Pereira da Silva, casado com Constância Pereira da Silva, dono da Fazenda Campo Alegre. Quinto: Francisco Pereira da Silva, casado com Ana de Sá, fundador da Vila de São Francisco, avós de Sinhô Pereira e Luiz Padre. O grande industrial João Pereira Santos, vem desse ramo. Sexto: Manoel Pereira da Silva, casado com Francisca Nunes, irmã da esposa de Simplício. Foi a maior figura do clã dos Pereira, chefe político da família, liderava o partido Conservador no Brasil Imperial naquela região, era Comendador, Comandante Superior das Ordenanças de Flores, Ingazeira e de Vila Bela e Coronel da Guarda Nacional. 

Faleceu em 1862. Foi o pai de Andrelino Pereira da Silva, o Barão do Pajeú, o qual herdou a chefia política do pai. Andrelino foi o primeiro prefeito de Vila Bela (1892-1895) Sétimo: Vitorino Pereira da Silva. Foi presidente da Câmara Municipal de Vila Bela. Oitavo: Joaquim Pereira da Silva. Casou com Severina Pereira Aguiar e em segundas núpcias, com Constância Pereira de Sá. Ficou estabelecido no berço da família, ou seja, na Fazenda Carnaúba e era o pai de Manoel Pereira Lins, o Né da Carnaúba. Esse ramo deu vários prefeitos de Serra Talhada. Né Pereira era padrinho de Sinhô e primo legítimo do seu pai Manoel Pereira da Silva, o “Manoelzinho da Passagem do Meio”. Nono: Sebastião Pereira da Silva casado com a sobrinha, Januária Pereira da Silva, Irmã do Barão do Pajeú, filha do seu irmão Manuel Pereira. Foi Capitão da Guarda Nacional e em segundo casamento, desposou Maria Febrônea de Sá, que era filha da sua sobrinha Manuela Pereira, filha do seu irmão Francisco. Teve 32 filhos. Décimo: Alexandre Pereira da Silva, fazendeiro, o qual casou com Joana de Sá. Foi morto pelos fanáticos do Reino Encantado ou Pedra Bonita em 1838. Onze: Cipriano Pereira da Silva, solteiro, foi morto pelos fanáticos do Reino Encantado ou Pedra Bonita em 1838. Local atualmente pertencente a São José do Belmonte. Doze: Ana Pereira, se casou com Francisco Mariano de Sá. Treze: Mariana Pereira da Silva (interdita).


Como se observa, na primeira geração casou-se quase todos com as filhas e filho do casal José Mariano de Sá e Quitéria Rodrigues do Nascimento. No caso, já eram primos pela linhagem materna. A evolução da árvore genealógica desenvolveu-se principalmente nos casamentos próximos, consanguíneos de primos com primas basicamente. Porém, identifiquei cinco casamentos entre tio e sobrinha. Quais sejam: Os dois casamentos do Capitão Sebastião Pereira da Silva, já citados acima, o de Januária, filha do Barão do Pajeú, que casou com um irmão deste, José Pereira da Silva, são os pais de José Simplício Pereira Sá (Pereirão), que casou com a filha do Major José Inácio do Barro-CE, Virgínia Amélia Pereira de Souza. A filha de Andrelino, (Barão) Francisca Pereira da Silva (Dona Chiquinha), casou com o tio Manoel Pereira da Silva Jacobina, conhecido por Padre Pereira, pais de Luis Padre. Ele era irmão da mãe dela, Maria Pereira da Silva. Dos cinco filhos que tiveram, dois nasceram com problemas mentais. O Filho do Barão do Pajeú, o Coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva, casou com Maria Pereira da Silva, conhecida por Marica, filha de sua irmã Generosa Pereira da Silva. Essa consangüinidade facilitava o aparecimento de patologias na geração seguinte, como: Doença mental, bócio, surdez e mudez.

 
Quero ressaltar aqui, que vários membros da família Pereira, tiveram união matrimonial com Carvalho. Família também clânica e que se fixou naquela região nos mesmos moldes dos vizinhos. Pereira e Carvalho no decorrer das décadas seguintes desenvolveram-se como oligarquias fortes e com interesses comuns, ou seja, a disputa pela hegemonia do poder político naquela região. Portanto, o choque seria inevitável.  Em novembro do ano de 1848 na Comarca de Flores do Pajeú, eclode o primeiro conflito, dessa que seria uma duradoura contenda. Em espaços alternados, vingou até o ano de 1922. Encerrando-se quando o cangaceiro Sinhô Pereira abandona definitivamente a luta armada no Pajeú das Flores, e “navega” para as longínquas terras de Goiás.

 
D. Chiquinha  e Manoel Pereira da Silva Jacobina "Padre Pereira".
pais do cangaceiro Luiz Padre.

No alvorecer do século XX chega à Vila Bela, monsenhor Afonso Antero Pequeno. De família influente politicamente no Cariri Cearense, que naquele momento ardia em conflitos coronelísticos, trazendo na bagagem o germe da discórdia e o espírito beligerante. Envolvido na luta do primo, Coronel Antônio Luiz Alves Pequeno, que tentava depor o Coronel José Belém de Figueiredo, vice-presidente do Estado do Ceará (1904), requisitou junto às lideranças políticas dos dois clãs, Pereira e Carvalho, armas, munição e um contingente considerável de jagunços para reforçar a facção do seu parente. A negação do Coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva ao pedido do padre caudilho e consequentemente a concordância em tudo pela liderança dos Carvalho, Coronel Antônio Alves do Exu, fez com que o pároco passasse a interferir e interceder favoravelmente junto aos Carvalho, na luta e interesses políticos das duas famílias. 


Nas eleições municipais de 1907, foi eleito prefeito de Vila Bela com o apoio da família Carvalho, empurrando os Pereira para oposição. Abrindo um parêntese e voltando dois anos, 1905 é uma data de sangue. No centro de Vila Bela, dia da feira livre, é ferido gravemente à bala, falecendo dias depois, Manoel Pereira Maranhão, conhecido por Né Delegado, recentemente deposto do cargo, era primo legítimo do pai de Sinhô, sendo o autor do crime: Antônio Clementino de Carvalho (Quelé), o qual se refugia na residência do Monsenhor Afonso Pequeno, próximo ao local do fato. Após muito tumulto, o padre negociou a entrega e prisão do amigo, sendo este, posteriormente desaforado para comarca de Flores. O padre fez questão de atuar como um segundo advogado de defesa do réu na tribuna do júri, onde fora este absolvido.

Né Delegado quando convalescia, pediu para os parentes não executarem vingança, reconhecendo ele, que fora intempestivo e inconsequente, quando investiu contra Quelé. Aquele ano de 1905 foi precursor do acirramento e de vários desentendimentos entre membros das duas famílias, expondo mais ainda o Coronel Antônio Andrelino, já bastante desgastado politicamente junto à oligarquia Rosista. O Comendador Rosa e Silva dominou a política pernambucana por quase duas décadas, sendo o clã dos Pereira seus correligionários fies. O setuagenário Manoel Pereira da Silva Jacobina, pai de Luis Padre e tio de Sinhô, ganhou o apelido de Padre Pereira por ter sido seminarista. Sendo uma pessoa sensata e de índole conciliatória, passou a ser requisitado com frequência para apaziguar as rusgas familiares. Ele tinha sido o segundo prefeito de Vila Bela (1895-1898).   
O final do ano de 1907 se aproximava e mais precisamente no dia 15 de outubro, é morto de emboscada o Padre Pereira, pessoa muito amada e respeitada pela família e por quase toda população de Vila Bela. O crime de emboscada na cultura sertaneja é conceituado como um ato covarde, traiçoeiro, desprezível. O chamam pejorativamente de crime de pé de pau. Para as pessoas daquela região, esse tipo de crime é uma atitude infamante, digna de repúdio. O crime de homicídio “a peito” é até justificado naquela cultura braba. Existem versões para os motivos que deram causa a esse atentado contra Padre Pereira. O mais plausível, entendo que tenha sido um acerto de conta entre João Nogueira, que era casado com Benvenuta Pereira, conhecida por Benuta, sobrinha da vítima e meia irmã de Sinhô Pereira. A sucessão de casamentos ao longo dos anos entre Nogueira e Carvalho, resultou em uma só família. 
 
João Nogueira insistia em requisitar a parte de terras na herança da esposa, uma vez que a mãe desta, Úrsula Alves de Barros, já havia falecido. O sogro, Manoel Pereira da Silva, o “Manoelzinho da Passagem do Meio”, foi consultar o irmão, no caso Padre Pereira, e esse opinou que não seria oportuno vender e partilhar suas terras naquele momento. Resultou então, em uma inimizade e um ódio cego por parte de João Nogueira contra Padre Pereira. O qual contratou os cabras: Luis de França, Manoel Tomé e Mariano Mendes, para eliminar o seu desafeto. A comoção foi grande no seio da família Pereira, principalmente por parte da viúva, Francisca Pereira da Silva (Dona Chiquinha), que era esposa, sobrinha e prima segunda da vítima. Esta, de temperamento forte e no calor da hora, convoca alguns sobrinhos do esposo e primos: Manoel Pereira da Silva Filho, conhecido por Né Dadu, era o mais afoito, Pedro Pereira Valões, Manoel Pereira Valões, o cabra Pedro de Santa Fé e outros mais, para executarem a vingança imediata. Nessa ocasião, Sebastião Pereira contava com onze anos e Luis Padre, filho da vítima com quinze anos. 

O sobrenome Valões, foi uma criação de Aureliano Pereira da Silva, irmão do Barão do Pajeú e avô de Sinhô. Ele registrou três filhos, dos nove que teve com Maria Pereira da Silva, com sobrenome Pereira Valões. Conta-se que este lia uns livros sobre França e Bélgica e achava bonito o sobrenome Valões. O grupo formado na emoção parte para vingança. Executam Joaquim, irmão de João Nogueira, e em seguida, cometem um assassinato torpe. Matam Eustáquio Carvalho, que era um velho bondoso, sem envolvimento naquela guerra dos clãs. A alegação era que tinha que morrer alguém dos Carvalho com índole boa, parecida com a do Padre Pereira. ”Os Carvalho tinham que sentir a mesma dor que os Pereira sentiam naquele momento”. São atitudes medievais, herdadas de um Portugal arcaico e por anos isolado de uma Europa revolucionária, política e industrialmente. Tem início agora, a fase mais crucial da beligerância familiar. 


Né Dadu assume a chefia da luta, é agora o braço armado da família, reagindo e investindo contra os inimigos.
Com o advento do Marechal Hermes da Fonseca à presidência da república em 1910 e a sua “Política Salvacionista,” a qual tinha como lema, moralizar os costumes políticos e reduzir as desigualdades sociais, preocupa-se em derrubar as velhas oligarquias do Partido Republicano Conservador nos Estados, estimulando a substituição dos governadores por militares. É lançada a candidatura do General Emílio Dantas Barreto, então, Ministro da Guerra, ao governo de Pernambuco na eleição de 1911. O chefe político da família Pereira, Coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva, o qual fora desprestigiado politicamente pela Oligarquia Rosista, passa agora a apoiar o General Emílio Dantas Barreto, que disputava uma eleição contra o próprio Rosa e Silva, apoiado agora pelo clã dos Carvalho em Vila Bela. 


Em todo o Estado a disputa é fervorosa, principalmente na Capital. Apuradas as urnas, Rosa e Silva ganha com uma margem superior a três mil votos. No Sertão do Estado, o General Dantas Barreto só ganhou em duas cidades: Vila Bela e Salgueiro. É uma amostra de que o Coronel Antônio Andrelino ainda tinha influência e poder na região onde militava politicamente. Houve uma reação imediata do grupo de apoio ao General, em não aceitar o resultado do pleito. Alegavam fraude. O Jornal Diário de Pernambuco era de Rosa e Silva. Os Jornal A Província e O Pernambuco defendia interesses Dantista, os quais reclamavam uma vitória de Dantas Barreto. O clima de guerra generalizou-se em Recife, população amotinada, tiroteios, depredações, a Câmara impossibilitada de reunir-se e com a intervenção de tropas federais, muda-se todo o processo que até então, dava vitória a Rosa e Silva. Anulam-se as eleições de Triunfo e de Águas Belas e em assembléia extraordinária é reconhecida a vitória de Dantas Barreto ao governo do Estado.

  General Emídio Dantas Barreto (*1850 +1931) 
http://www.pe.gov.br/
      
Os Pereira readquirem o poder político no município e o Coronel Antônio Andrelino Pereira é alçado novamente ao poder. Porém, essa situação transformou-se rapidamente. Uma campanha sistemática de denúncias enviadas ao governador por telegramas, pelos adversários de Antônio Andrelino, ao menor incidente envolvendo membros da família Pereira, a intervenção nesse processo do Monsenhor Afonso Antero Pequeno, que assumiu uma postura conspiratória, publicando notas nos jornais da capital, alegando que: 
“Dar o poder a Antônio Andrelino, é como dar uma espada para um louco”. 
Como tinha amizade com o Padre Batista Cabral, o qual era membro e tinha força no diretório Dantista estadual, passou o monsenhor a influenciá-lo. Comungando tudo isso a uma postura de conciliação do novo governo, em aproveitar as forças derrotadas, levou rapidamente o Coronel Antônio Alves do Exu à presidência do diretório em Vila Bela, consequentemente a mandar politicamente na cidade e adjacências. Esse ano de 1912 começava realmente nefasto para o clã dos Pereira. Iniciava-se aí a derrocada política e econômica do Coronel Antônio Andrelino, dono da famosa fazenda Pitombeira, herdada do seu pai, o Barão do Pajeú. Os ânimos já bastante acirrados e agora com os Carvalho no poder, isso implicava ter as forças policiais ao seu dispor.
                               
Nessa época, Dona Chiquinha já residia no Barro-CE, com os filhos. O Barro do Major José Inácio de Souza. Manoel Pereira da Silva Filho, o Né Dadu, sempre andava entre o sertão das Alagoas e a ribeira do Pajeú com quatro ou cinco cabras de confiança e era perseguido sistematicamente por membros dos Carvalho em junção com as forças policiais. Os dois clãs familiares eram distribuídos em fazendas, verdadeiros feudos. Os Carvalho tinham na fazenda Barra do Exu, do chefe político Coronel Antônio Alves da Fonseca Barros, o seu “Buck” maior, como também, era sede das discussões políticas. Seguido das Fazendas Umburanas de Jacinto Alves de Carvalho, conhecido por Sindário, Antônio e José da Umburana e a Fazenda Piranhas de Lucas Alves de Barros. Os Pereira com as Fazendas Carnaúba de Manoel Pereira Lins, o Né da Carnaúba e Pitombeira do Coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva. Eles eram mais financiadores das empreitadas de defesa e ataque. Entraram no conflito armado em situações extremas, como ocorreu em 1908, quando a Vila de São Francisco foi cercada por grande contingente de jagunços e familiares do Coronel Antônio Alves do Exu, sitiando Né Dadu e vinte e cinco homens que cuidavam da defesa respondendo ao fogo cerrado dos inimigos. Quando os sitiados chegaram a uma situação limite, quase sem munição, chega o socorro salvador dos parentes Manoel Pereira Lins, Antônio Andrelino, Baião Pereira e Cincinato Pereira, com mais de cem homens e após três horas de tiroteio, o cerco é rompido.
 

 Sob monumento na Matriz de Santo Antônio do Barro, 
descansa o corpo de Dona Chiquinha Pereira.


A Vila de São Francisco concentrava os Pereira mais diretamente ligados na vingança, muitos com sobrenome Pereira Valões.  Como era de praxe, a oligarquia que estivesse de cima na política, tinha todas as benesses do poder. Isso só acirrava ainda mais o conflito. É notório, que o acompanhamento de membros da família Carvalho em diligências policiais, geraria constrangimento aos familiares adversários. E foi justamente o que ocorreu em 1915 na Vila de São Francisco, quando Sebastião Pereira, então com 19 anos, foi insultado, agredido por Antônio da Umburana e policiais, como também a sua genitora, Constância Pereira de Sá e uma governanta velha, passando todos por uma situação vexatória.           


No dia 16 de outubro de 1916, Né Dadu é morto covardemente pelo cabra apelidado de Palmeira ou Zé Grande. O assassino tinha trabalhado para os Carvalho e encontrava-se preso por furto. Né Dadu o retirou da cadeia, mesmo os familiares censurando essa sua atitude arriscada e imprudente. Ponderava, alegando que o cabra poderia lhe passar importantes informações sobre os seus inimigos.
Né Dadu
In http://familiapereira.net.br


Na primeira oportunidade que teve, Palmeira executou Né Dadu com um tiro de rifle e fugiu na escuridão. A parcialidade de instituições como Polícia e a Justiça eram tamanha, que nem o inquérito policial foi instaurado para apuração do crime. 

...
Esse fato extremo foi o estopim final para o jovem Sebastião Pereira da Silva, então com vinte anos e nove meses, tomar a decisão extrema de formar bando e ingressar no cangaço de vingança.  
 
Tinha muita disposição para isso, era solteiro e o caçula dos vinte e um irmãos. A princípio, teve o apoio unânime da família. A decisão de migrar para o sul do Ceará, mais precisamente para a Vila do Barro, foi uma atitude pensada, arquitetada, sem o arrebatamento da emoção e da vingança precipitada. 

A “mão de obra” do trabuco, existente no Cariri Cearense era bastante farta e experiente, como também, o laço de amizade da família Pereira com o Major Zé Inácio de Souza, solidificou-se ainda mais com o casamento da sua filha Virgínia Amélia com José Simplício Pereira, conhecido por Pereirão, neto do Barão do Pajeú e sobrinho do coronel Antônio Andrelino. 

O Livro José Inácio do Barro foi lançado por ocasião do Cariri Cangaço 2011, 
na cidade do Barro - CE.
Um trabalho grandioso, contando a história do Major José Inácio. Autor: Sousa Neto

Não entendo qualquer tipo de cangaço, sem a mobilidade necessária. É uma condição “sine qua non” para existência de qualquer bando. Então, Dispondo Sinhô Pereira da proteção importante e de um coito seguro e impenetrável nas fazendas do major José Inácio, isto foi bastante significativo e decisivo para sua militância no banditismo de vindicta, por quase seis anos. Caso tivesse constituído o seu bando com cabras e jagunços das fazendas dos familiares, seria inviável do ponto de vista da mobilidade como falei acima. O bando formado no Barro passou a fazer investidas rápidas contra os inimigos na região do Pajeú e em seguida, retornavam ao coito seguro e impossível de ser molestado naquele momento, dada a força política e o poderio bélico que dispunha o major todo poderoso do Barro.

É evidente, que não existe almoço grátis e, mais na frente, o major José Inácio vai solicitar algum “trabalho” do bando de Sinhô Pereira. O Pajeú pegou fogo no ano de 1917. As investidas do bando comandado por Sinhô e o primo Luis Padre às Fazendas Piranhas e Umburanas foram devastadoras, levando seus donos a migrarem para cidade enquanto organizavam a defesa. Jacinto Alves de Carvalho, o famoso Sindário, constituiu também bando de cangaceiros para defender-se e também investir contra o bando de Sinhô. O governador de Pernambuco, Manoel Borba, mandou para Vila Bela, nesse ano, na tentativa de barrar os sucessivos embates entre o bando de Sinhô e membros da família Carvalho, vários oficiais e um grande contingente de soldados. Os graduados: João Nunes, Teófanes Torres, Optato Gueiros, Lira Guedes, José Caetano, Cardim e Manoel Bigode. 


Theóphanes Ferraz Torres
Fonte: Pernambuco no tempo do cangaço - Geraldo Ferraz 
 
O bando de Sinhô variava muito o número de componentes, dependendo muito da empreitada a ser cumprida. Quando Luis Padre e Sinhô Pereira tomaram conhecimento do paradeiro do assassino do seu irmão, o famigerado Palmeira, logo rumaram para o Estado de Alagoas na companhia de dois cabras para executar a vingança. Essa foi concretizada à punhaladas pelo próprio Sinhô. Ao retornarem para Vila de São Francisco, tomaram conhecimento que Luiz de França, o assassino do Padre Pereira, estava residindo na Serra Vermelha. Foram incontinenti, fazer-lhes uma “visita”, encontrando-o na hora do jantar. Luiz de França tentou fugir na escuridão da noite, o qual tinha sido ferido à bala, sendo encontrado e morto na manhã seguinte.


É necessário esclarecer, que nessa intriga e luta dos Pereira e Carvalho, não se envolviam todos familiares. Tinham os cabeças, ligados diretamente ao conflito. Os alvos diretos de Sinhô Pereira e Luis Padre, eram: Jacinto Alves de Carvalho, o Sindário, seus irmãos Antônio da Umburana e Mocinho. O Zé da Umburana foi assassinado de emboscada em 1911. O crime não foi atribuído aos Pereira. A vítima tinha deflorado uma moça da localidade São Serafim, hoje Calumbi-PE. Os familiares desta o executaram. João Lucas das Piranhas, esse com parentesco com Pereira. Natinho, João Nogueira, o qual era cunhado de Sinhô, o coronel Francisco Alves do Exu e o irmão Agnelo.  De todos esses inimigos figadais de Sinhô Pereira, só Antônio da Umburana sucumbiu vitimado pela arma pontiaguda do vingador. 
 
Sinhô teve informações que Antônio da Umburana estava no povoado de Queixada, hoje Mirandiba-PE, então, dirigiu-se até lá com o bando e após várias horas de tiroteio e resistência de Antônio que estava no interior de uma residência, este teve que sair para não morrer queimado após terem ateado fogo na casa. Morreu com várias punhadas desferidas pelo cangaceiro vingador. No ano de 1918, já não era unânime a aceitação dos Pereira, referente às atividades cangaceira de Sinhô e Luis Padre. Existia no seio da família um desgaste psicológico grande, um clima de constante expectativa e sobressaltos, como também, grandes perdas econômicas. Após o falecimento de Dona Chiquinha, no Barro-CE, acometida pela avassaladora epidemia da gripe espanhola, naquele mesmo ano de 1918, resolve os primos: Sinhô Pereira e Luis Padre, abandonar o cangaço e seguirem juntos para o Estado de Goiás. 

 Fazenda do major Zé Inácio do Barro
  
A viagem transcorria normal até então e, estrategicamente, se dividiram para não despertar a curiosidade de transeuntes ou mesmo de alguma força policial. A intenção era encontrarem-se ainda no Estado do Piauí, próximo da cidade Caracol e seguirem até o destino final, São José do Duro, corruptela de São José D’Ouro, em Goiás, hoje Estado de Tocantins. 

Porém, o grupo de Sinhô Pereira é surpreendido por uma força policial piauiense, comandada pelo Tenente Zeca Rubens e após dois confrontos sucessivos com baixas em ambos os lados, Sinhô Pereira não teve mais condições de consumar o seu intento, retornando ao palco de guerra no Pajeú e Cariri Cearense.  O crescimento econômico e o poderio político do major José Inácio foram vertiginosos. O seu “modus operandi” é questionável, justificando-se e amparando-se na prática comum à época, que era a deposição de chefes políticos pelo uso da força e atitudes nada civilizadas. 


Na maioria das vezes com a conivência ou omissão do próprio poder estadual, encastelado na capital do estado. Sinhô Pereira já há mais de dois anos dispondo da proteção, munição farta, contingente de homens afeitos àquela profissão, tudo disponibilizado pelo Major José Inácio, é inconcebível que este não se envolvesse nos interesses e questões do protetor e amigo, caso fosse requisitado. Nas ações de interesses do chefe político do Barro, em que tomou partido, desviadas do seu objetivo principal que era a vingança familiar, considero pontuais. Em vinte de janeiro de 1919, na zona rural de Milagres, invade com o bando a casa da senhora Praxedes, viúva do coronel Domingos Leite Furtado, de onde é roubada uma quantia considerável em dinheiro. Um ano depois, vinte de janeiro de 1920, a casa da fazenda do Coronel Basílio Gomes da Silva, localizada no Município de Brejo Santo é saqueada. 

Este não procurou providências temendo represálias. Dois anos depois, em dezenove de janeiro de 1922, por desavença, interesses políticos e rixa familiar do amigo e protetor José Inácio, Sinhô invade a Vila de Coité, Distrito de Mauriti, reduto e residência do Padre Lacerda, desafeto de José Inácio de Souza.



Padre Lacerda
Fonte: Lampião e o Estado Maior do Cangaço
Hilário Lucetti / Magérbio Lucena. pág 121.
 
A resistência do povoado é heroica, impossibilitando os invasores de aniquilar o Padre Lacerda que no interior de sua casa com jagunços e amigos, respondeu a altura o intenso tiroteio. Esse episódio é emblemático para a derrocada do Major José Inácio. Iniciam-se as pressões por parte do Presidente do Estado Justiniano Serpa, motivadas por uma enxurrada de denúncias e artigos publicados em jornais da capital, contra o maior coiteiro de cangaceiros de que se tem notícia para as bandas do Cariri. O pacto envolvendo os Estados da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte é concretizado, podendo agora, suas forças policiais ultrapassarem as divisas estaduais em perseguição de bandoleiros, sem a necessidade da autorização prévia. O major José Inácio já planejando retirar-se do seu feudo para terras distantes, arquiteta sua última investida contra os fazendeiros na região de Catolé do Rocha-PB, Waldevino Lobo, Adolfo Maia e Raquel Maia, com o nítido objetivo de usar esse dinheiro em novo domicílio. 


Jorge Remígio
O plano é executado pelo bando de Sinhô Pereira, agregado ao de Ulisses Liberato e muitos cabras do Major. Não chegaram até a fazenda de Raquel Maia. Achou por bem Sinhô Pereira, retornar ao Barro, após saquearem Waldevino Lobo e Adolfo Maia. Logo em seguida, José Inácio é preso, porém, por pouco tempo. Sua fuga, meio que facilitada, encerra-se um capítulo na história coronelística do Cariri Cearense. Os fatos narrados acima ocorreram em um espaço de três anos. Entendo que Sinhô Pereira cometeu muitos “pecados” fora do seu objetivo principal, que era a vingança. Entendo também, que não houve uma transtipificação do seu cangaço, ou seja, não enxergo que tenha feito um cangaço de negócio, meio de vida. O bando não era sustentado com dinheiro de saque.


Naquele mundo estranho que foi o cangaço, todos pecaram: Coronéis, Cangaceiros, Coiteiros e Policiais. Com a saída do Major José Inácio do seu território, o cangaço de Sinhô Pereira ficou inviável. As investidas que fazia contra os inimigos no Pajeú e o retorno seguro para o Barro, não existiam mais. 

Lampião praticamente assumiu o grupo no mês de maio de 1922. Não comungo com a ideia de que Sinhô Pereira tenha influenciado no ataque à casa da Baronesa de Água Branca em junho de 1922. Lampião já tinha autonomia sobre o bando. Quando Sinhô parte para sua viagem e abandona totalmente sua vingança, a entrega do bando para Lampião em agosto daquele ano é puro simbolismo. 
 
Sebastião Pereira e Antonio Amaury. 
Patos de Minas, MG jan. de 1970
Arquivo do pesquisador.

Lampião era detentor do produto do saque em Água Branca. Sinhô teve uma considerável ajuda financeira dos parentes Manoel Pereira Lins e Isidoro Conrado para a sua viagem. O agora ex-cangaceiro partiu ao encontro do primo Luiz Padre e do amigo José Inácio de Souza, com um sentimento de não ter concretizado a sua vingança. Advogo a tese, de que o cangaço é muito mais dependente e ligado ao Coronelismo do que se possa imaginar. Essa ideia vale para qualquer tipo de CANGAÇO.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

- Albuquerque, Ulisses Lins.  UM SERTANEJO E O SERTÃO

- Barreto, Ângelo Osmiro. ASSIM ERA LAMPIÃO

- Carvalho, Rodrigues de. SERROTE PRETO

- Dantas, Sérgio Augusto de Souza. LAMPIÃO, ENTRE A ESPADA E A LEI

- Melo, Frederico Pernambucano de. GUERREIROS DO SOL

- Maciel, Frederico Bezerra. LAMPIÃO, SEU TEMPO E SEU REINADO. vol. I

- Neves, Napoleão Tavares. CARIRI, CANGAÇO, COITEIROS E ADJACÊNCIAS

- Sá, Luiz Conrado Lorena. SERRA TALHADA 250 ANOS DE HISTÓRIA, 

- Sousa, Severino Neto. JOSÉ INÁCIO DO BARRO E O CANGAÇO

- Wilson, Luis. VILA BELA, OS PEREIRAS E OUTRAS HISTÓRIAS

Pescado no Cariri cangaço